Colares de miçangas e suas cores no Candomblé

Assim como os orixás são parte vital do Candomblé da Bahia, Brasil, também são os colares de miçangas de seus praticantes.

Em várias religiões, certos itens têm um significado espiritual particular. Não é diferente com o Candomblé. Os colares de miçangas comumente usados são considerados uma manifestação externa de seus orixás. Sempre que estas contas são consagradas – tanto por sacrifício de sangue ou por um sagrado banho de ervas –  o colar passa a transmitir o axé, ou a força espiritual que tudo permeia.

Mas não são só as contas que passam a significar algo quando consagradas. Quando os devotos descobrem seus orixás protetores, eles vestem colares que representam o orixá ou orixás que os guiam –  as contas têm a mesma cor que suas respectivas entidades.

Além disso, quando as contas são consagradas, e com a oferenda apropriada, elas não só passam a representar os espíritos divinos, elas se tornam os espíritos assim como os praticantes do Candomblé se tornam possuídos de seus orixás enquanto dançam.

Este tipo de empoderamento consagrado permite aos colares servirem como talismãs protetores para os que os vestem – mas eles também podem prejudicar seu proprietário. Isto enfatiza o nível de responsabilidade requerida somente por ter estas contas. Em resumo, abençoados e consagrados colares de miçanga requerem um nível de devoção e solenidade que joias comuns não precisam.

As cores das contas

Como mencionado anteriormente cada orixá é dito para escolher seu devoto. Assim, ele transmite poder para a pessoa escolhida, encontrando um modo de comunicar que este é o espírito pertencente a aquele indivíduo em particular – que aquele indivíduo tem o direito, o poder de vestir o colar de contas, e está em condições para adorá-lo e fazer suas oferendas.

Cada grupo de cores, como verdes, azuis, vermelhos, pretos e assim por diante, pertence a um aspecto da natureza e da força natural das coisas – enfatizando o foco do Candomblé de buscar a harmonia e a mistura com a natureza, e com os orixás representando os poderes do vento, sol, terra, fogo e água.

Sendo assim, para o espectador casual as múltiplas linhas de miçangas coloridas feitas de argila, vidro e até plástico são apenas isso: múltiplas linhas de miçangas. Entretanto, para o praticante do Candomblé que são eternamente devotos ao seu orixá, as linhas de cores consagradas são muito mais que isso. Elas são a conexão com sua espiritualidade, com a terra e os próprios orixás.

 

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